sábado, 15 de setembro de 2007

A solidão e sua porta

Carlos Pena Filho

Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha),

quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida

com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.

Um comentário:

Bela disse...

que lindo , PC! Eu amo essa poesia!
Muitíssimo bem vindo ao mondo web, amoreco!


Amor,


Bela